A origem do Feng Shui data de mais de quatro mil anos. Os antigos chineses escolhiam os locais para implantar suas comunidades a partir de um detalhado estudo ambiental, incluindo clima, topografia, recursos naturais, direção dos ventos e das águas.
Como as pessoas se consideravam parte do universo, suas escolhas sempre preservavam a natureza e respeitavam as suas leis, harmonizando o homem ao meio ambiente e ao poder cósmico. Dessa forma evitavam desastres, conseguiam prosperidade, harmonia e a bênção dos céus para seus empreendimentos.
Os antigos mestres de Feng Shui guardavam o conhecimento a sete chaves e só passavam parte de seus segredos a discípulos. Ainda assim, essa sabedoria foi sendo resgatada e transmitida oralmente de geração a geração.
O conceito original foi desenvolvido para a construção de palácios, templos e outros edifícios, bem como para a disposição de móveis e objetos nos interiores dos espaços. Ao longo dos séculos, o Feng Shui foi combinando muitos outros elementos de psicologia, ecologia, arquitetura, ciências médicas, estética, arte, folclore.
Hoje, chega até nós como uma filosofia completa, capaz de ajudar as pessoas a construírem para si mesmas um destino mais feliz, conectado ao todo.
Estamos mais integrados ao mundo físico do que imaginamos. Energias se trançam e se perpassam o tempo todo. Montanhas, rios, árvores, construções, objetos e pessoas interferem diretamente em nossos padrões vibratórios. O Feng Shui procura compreender essas interações, reajustá-las e, então, transformar positivamente a vida das pessoas do ponto de vista interior e exterior.
Percebo a conexão do Feng Shui com tudo. Ele é completo porque permite às pessoas estabelecer novas relações com o espaço e com a própria vida.
Silvana Occhialini
O Feng Shui faz parte das oito ramificações da medicina chinesa e está ligado a outros conhecimentos da cultura oriental. Tem bases filosóficas no Tao e no I Ching e trabalha com o fluxo invisível das energias e com o equilíbrio dos cinco elementos. Utiliza os mesmos princípios da acupuntura e, por isso também, é chamado de acupuntura dos espaços.
Há várias linhas de Feng Shui. A do Budismo Tântrico Tibetano do Chapéu Preto ensina a pessoa a trabalhar a mente, o corpo e o espírito simultaneamente. Há ainda quem acredite que o Feng Shui seja uma escola oriental de decoração ou um conjunto de regras de estilo. Mas vai muito além disso. Não se trata apenas de deixar as coisas bonitinhas e organizadas, mas de estabelecer harmonia e equilíbrio nos espaços físicos, que irão repercutir nas pessoas que trabalham ou moram naquele lugar.